sexta-feira, 15 de julho de 2011

LESLIE NIELSEN



Leslie William Nielsen nasceu em 11 de fevereiro de 1926, na cidade de Regina, na região de Saskatchewan, no norte gelado do Canadá. Sua família era formada por pessoas de certo renome no país. Seu pai era membro polícia montada real. Um de seus irmãos ocupou o cargo de Primeiro-Ministro entre 1984 e 1986. E seu tio era o ator Jean Hersolt, que se tornou famoso ao batizar o prêmio entregue anualmente pela Academia de Artes de Ciências de Hollywood para pessoas com feitos humanitários. 

Apesar da importância das pessoas que o rodeavam, a infância de Nielsen não foi das melhores. Seu pai era violento e batia constantemente na esposa e nos filhos. O garoto escapou de casa ao 17 anos e se alistou na Força Aérea canadense. Apesar dos seus treinamentos militares, não esteve na linha de frente durante a 2ª Guerra Mundial. Após o fim do conflito, Nielsen trabalhou como anunciante e DJ de uma rádio em Calgary, ainda no Canadá (o que não deixava ser uma ironia, já que ele era surdo, o que o obrigou a usar aparelhos ao longo de toda a vida). Logo ele se mudou para Nova York, atrás de emprego e aulas de interpretação. Em 1948, Nielsen ganhou uma bolsa de estudos na Neighbourhood Playhouse, onde começou a estudar artes dramáticas com Sanford Meisner, e dança, com Martha Graham. 

Os primeiros anos de Nielsen em Nova York coincidiram com a expansão da televisão nos EUA. E foi nessa mídia que o ator encontrou sua primeira chance. Em 1949, ele participou de uma série chamada Studio One. A partir dali, seu nome seria creditado em mais de 1200 telefilmes ou programas televisivos. No início, Nielsen era escalado para viver o papel principal. À medida que sua cabeleira loira foi se tornando branca, sua carreira passou a se concentrar em figuras autoritárias e chantagistas charmosos.

O princípio de sua estrada no cinema também foi apenas razoável. A estréia se deu em 1956, com Decisão Amarga, em que interpretava o policial que investigava o seqüestro do filho dos personagens de Glenn Ford e Donna Reed (a fita seria refilmada em 1996, sob o título O Preço de um Resgate, estrelada por Mel Gibson). No mesmo ano, esteve em mais três filmes: no musical O Rei Vagabundo, de Michael Curtiz, desempenhou um papel coadjuvante; na cultuada ficção científica O Planeta Proibido (que era baseada em A Tempestade, de William Shakespeare) atuou como o comandante de uma nave espacial; e em O Belo Sexo, refilmagem musical de As Mulheres, de George Cukor, interpretou o marido da protagonista June Allyson.

Em 1957, Nielsen participou de A Flor do Pântano, seu primeiro sucesso de bilheteria. Ele interpretava um charmoso piloto de avião que, após cair com seu jato num terreno inóspito do Mississipi, é ajudado por uma jovem garota (Debbie Reynolds). A boa reação do público não ajudou muito a carreira de Nielsen, que, a partir dali, entrou num labirinto de produções de segunda ou terceira linha.

Ao contrário do que o grande público pode pensar, Nielsen não estreou no gênero comédia nos anos 1980. Ao longo dos anos 60, ele participou de algumas, mas sempre em papeis secundários. Em 1967, esteve ao lado de Don Knotts, em Um Astronauta Fora da Órbita. Em 1969, fez escada para Bob Hope, em Como Cometer um Casamento. Nenhuma das duas chamou a atenção.

Durante a década de 1970, Nielsen concentrou seu trabalho quase que exclusivamente na televisão. Não estranhe se qualquer dia desses, zapeando com o controle remoto, você não se deparar com o seu rosto em algum episodio de M*A*S*H* (1973), Kojak (1974), Kung Fu (1975), Columbo (1975), S.W.A.T. (1976), O Barco do Amor (1977/1979) e A Ilha da Fantasia (1978/1980). A única participação de destaque do ator num filme feito para cinema foi em 1972, quando interpretou o capitão do navio em O Destino do Poseidon, de Ronald Neame.
 
Até que veio Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu! O trio de diretores Jim Abrahams e David e Jerry Zucker tiveram a idéia de transpor para o cinema o humor nonsense proposto pela Revista Mad, muito popular nos EUA na época. Os diálogos eram inteligentes, mas a maior parte da graça vinha da inventividade das gagues visuais. As piadas se multiplicavam na  tela, ora no primeiro plano da ação, ora no segundo, ora nos dois. O acúmulo de informações era tanto que o público sentia necessidade de ver o filme uma segunda vez – e ainda assim achar graça. Além disso, os diretores tiveram a idéia de chamar atores que não eram habitués em comédia (como Robert Stack, Peter Graves e Lloyd Bridges), e obrigá-los a pronunciar de forma empolada as frases mais ridículas possíveis. Era impossível não rir.

Passados tantos anos após o seu lançamento, é possível achar que o recurso envelheceu e que as risadas já não são tão espontâneas assim. Mas não seria exagero ao afirmar que, de uma certa forma, Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu! representou uma revolução na comédia americana. No mínimo algo, o filme propunha um humor diferente em relação ao que era produzido por artistas como Mel Brooks, Peter Sellers, Gene Wilder e Richard Pryor.

O filme marcou tanto a carreira de Leslie Nielsen que o ator nunca mais voltou a interpretar filmes fora do gênero comédia. O público simplesmente não conseguia levá-lo a sério. O trio de diretores Zucker e Abrahams resolveu aproveitar o momento e criou para Nielsen o personagem do detetive Frank Drebin, uma espécie de Sr. Hulot falante ou um Inspetor Clousot repaginado. De início, ele apareceu em Police Squad!, série de apenas seis episódios que foi ao ar em 1982. A idéia central do programa era tirar o sarro dos seriados policiais pretensamente sérios (em especial Dragnet). O sucesso foi tanto que Nielsen recebeu uma indicação ao Emmy de Melhor Ator em Série Comédia (perdeu para Alan Alda). Seis anos depois, Nielsen repetiu o papel no cinema na trinca Corra que a Polícia Vem Aí, Corra que a Polícia Vem Aí 2 ½ e Corra que a Polícia vem ai 33 1/3. As tramas não importavam muito. O importante era abrir espaço para as trapalhadas visuais de Drebin.

FONTE: http://www.cineplayers.com/


* O TEXTO ENCONTRA-SE EM SEU FORMATO ORIGINAL. ERROS GRAMATICAIS E DISTORÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR.

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