quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

NOVO DEIT LIBRAS 2ª EDIÇÃO REVISADA E EXPANDIDA






"Amigos queridos: 
Descrever essa obra arrepia a alma. É um misto de calor que vem de dentro com um refrigério de alma e espírito no entorno... É tanto arrepio na hora de descrever essa obra que parece até frio. Deve ser por causa da ventania das asas de todos esses anjinhos que estão sobrevoando este lugar e sorrindo e sorrindo extasiados... Ou são anjinhos, ou vagalumes, ou meus pobres olhos precisam de algum descanso... Seja como for, não importa. Importa a felicidade que transborda, como antevisão de todo o bem que virá disso tudo. À criança, a quem pertence o céu, nosso abraço amoroso, paternal, cheio de esperança e fé e gratidão. A todos os amigos, nosso abraço fraterno e forte. Damos graças a Deus por tudo de bom que os professores dedicados farão com a ajuda destes dois servos aqui.
 
Um capítulo que ensina a ler e escrever a articulação da fala por meio do sistema SpeechWriting, que adaptamos para o Português falado. Permite tornar visíveis os sons da fala (concilia num só iconema informações fanerolaliêmicas e esteselaliêmicas - estas permitindo distinção entre consoantes surdas e sonoras do Português, para reduzir paragrafias envolvendo trocas surdo-sonoras como chato-jato, foz-voz, coma-goma,...)
Novo capítulo que adapta o sistema SpeechWriting para ler e escrever o Português falado, permitindo à criança representar informações fanerolaliêmicas e esteselaliêmicas de modo a compreender as relações entre a escrita alfabética e a articulação visível e-ou tateável da fala. Importante recurso para alfabetização de surdos videntes e de surdocegos, de deficientes auditivos com ou sem implante. Para surdos sinalizadores fazemos o desenvolvimento das 2 rotas: a semântica via análise da estrutura morfêmica do Port ancorada na estrutura morfêmica de Libras; a transparente via ancoragem na fala via SpeechWriting e nossos sistemas de legibilidade orofacial do Port e de regularidade fanerolaliema-grafema.no

Valerie Sutton e Stefan Wöhrmann são nossos coautores deste capítulo que junta SignWriting a serviço de Libras e SpeechWriting a serviço do Português. A comunidade surda brasileira merecendo cada vez mais respeito e atenção internacionais, sempre e em todas as esferas, inclusive nesta aqui.
O Novo Deit Libras 2ª edição revisada e expandida. (Volume 1: ISBN: 978-85-314-1330-8. Volume 2: ISBN: 978-85-314-1331-5) com 2.760 páginas estará disponível apenas a partir de final de fevereiro. de 2012. Poderá ser encontrado em todas as lojas da Editora da USP (Edusp) e nas lojas virtuais por meio da Internet. Você poderá encomendá-los na sua livraria local. Sugiro escreverem ao MEC solicitando a distribuição gratuita via Programa Nacional do Livro com recursos do FNDE, bem como à Secretaria Estadual de Educação de seu estado, e à Secretaria Municipal de Educação de sua cidade. Por isso acrescentei aqui informações sobre o ISBN de cada um dos dois volumes". 

Fernando Capovilla


O PERFIL DO SURDOCEGO





"Para quem não conhece: senhora surdocega desde os 6 anos de idade casada com surdocego (ele com síndrome de Usher) ilustra brevemente recepção tátil de fala (leitura orofacial tátil via Tadoma da fala de seus interlocutores) e recepção tátil da sinalização do esposo (que ela traduz em Português falado para a audiência). Interessante depoimento sobre a importância da força de vontade para superar preconceitos e vencer barreiras de comunicação. (...) Ele é surdo congênito e perdeu a visão aos 9-10 anos de idade. É sinalizador nativo, sua língua materna é Libras, e usa sinalziação tátil. Ela é surdocega oralizada bilíngue, sua língua materna é o Português, mas domina Libras e se comunica... com o esposo e com outros surdocegos sinalizadores por meio de língua de sinais tátil e com ouvintes por meio da fala e com falantes por meio da leitura orofacial tátil. Casal bonito e extraordinário, que ilustra a importância de unir mundos usando todos os recursos de que somos dotados. Não há qualquer lugar para preconceito frívolo. Sinalismo e Oralismo sinérgicos, mutuamente includentes e inclusivos. Gente como a gente que luta para se superar e acaba nos fazendo a todos melhores à medida que aprendemos com eles".

Fernando Capovilla

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

COMPREENDENDO O SEU BEBÊ DEFICIENTE VISUAL




Atenção, cuidados e amor são absolutamente essenciais para um desenvolvimento saudável do ser humano. O primeiro ano de vida é um ano crucial, nunca nos desenvolvemos tão rapidamente quanto no nosso primeiro ano de vida. Gradativamente começamos a compreender que nossos bebês precisam muito mais do que os cuidados essenciais. Da mesma forma que os bebês não podem crescer fisicamente sem alimentação, calor e higiene decentes, também não podem crescer mentalmente – desenvolver seus sentimentos, intelecto, estrutura mental e emocional – sem que a eles se dediquem atenção e afeição suficientes.

O psicanalista Donald Winnicott disse uma vez que não há tal coisa como um bebê somente a unidade que se estabelece na relação entre uma mãe e um bebê. Sem alguém que lhe desse cuidados primários, um bebê não seria capaz de sobreviver. Se um bebê tem uma deficiência, isto é ainda mais verdadeiro. Saiba que os bebês não são tolos. Deficientes ou não eles começam a dar sua contribuição desde os primórdios da vida. São criaturas altamente inteligentes e perseverantes, mas não estão ainda informados. Enquanto percorrem a longa distância entre o nascimento e um ano de idade, eles têm muitíssimo a aprender. Nada sabem sobre o mundo ou sobre si mesmos. Enquanto você se esforça para tentar entendê-lo, ele ou ela também está se esforçando para entender você. Agora, com o bebê deficiente visual é primordial que, gradativamente e com criatividade, levemos o mundo até ele. Lembre-se que os outros sentidos não dão conta da estimulação essencial que chega automaticamente e continuamente através da visão. Obviamente aqui estou falando dos primórdios da vida psíquica, pois os bebês são criaturas fascinantes que nos despertam o pensar, quando não também ansiedade. Mas não somente nós, pais, familiares e profissionais, temos necessidade de entendê-los: os bebês têm, por seu lado, uma necessidade imperiosa de ser entendidos. Eles precisam que captemos suas comunicações e reflitamos, tentando dar sentido ao que acontece: é recíproco o provocar emoções e respostas de ambas partes. Assim, algumas vezes precisamos avaliar a nós mesmos, nossas próprias excentricidades, qualidades e fraquezas, como pais, familiares ou profissionais, principalmente, diante de nossa própria cegueira em ter sob nossos cuidados um bebê deficiente visual. Acredito que algumas pessoas com deficiências têm a habilidade e o apoio necessários para realizarem seus objetivos desde bebês, quer tenham nascidos deficientes ou tenham adquirido a deficiência em algum momento da vida. Outros não. Algumas crianças com deficiência trarão prazer e inspiração aos pais, familiares e profissionais. Outras trarão fardos. A maioria, como todas crianças, trará uma mistura de cada. A maioria dos pais consegue enfrentar as intempéries de se criar um ser humano sem necessariamente naufragar. Quando a bússola não está clara ou o mau tempo insiste demais, os pais deveriam reconhecer que a ajuda é necessária. A ajuda pode não prover terra seca, mas proverá apoio para a jornada. Nem tudo pode correr bem o tempo todo com todas famílias.

Entretanto, a chave para o caminho certo é muito simples. Diante de um bebê deficiente, ainda mais que os outros pais, familiares e profissionais, você tem que descobrir quem é o seu bebê e o que ele necessita. E lembre-se sempre: 1) A deficiência não causa santidade, embora admiremos aqueles indivíduos raros que se erguem acima da adversidade. 2) A deficiência não causa mau comportamento, embora possa esgotar os recursos emocionais da criança (e da família), fazendo com todos fiquem mais vulneráveis. 3) A deficiência necessita de atenção apropriada, reconhecimento e explicação. 4) Toda criança, qualquer que seja seu nível de deficiência, sabe que ele ou ela é deficiente e tem sentimentos e fantasias a respeito disto. 5) Não “deficientize” você mesmo sua família por fracassar em buscar apoio quando você necessita disso. 6) Quando uma criança não é capaz de desenvolver-se sem a intervenção de vários adultos, os pais herdam “uma família” extensiva de profissionais. É importante que a equipe – inclusive os pais e a criança ou adulto – trate um ao outro com cortesia. Pode haver rivalidade sobre de quem é aquela criança ou cliente, porém é a união amorosa de todos que fará a diferença. Concluindo, nunca percam de vista que todos são importantes ao permitir que o maior potencial possível de cada ser humano ganhe expressão e que socialmente somos todos responsáveis para que cada indivíduo conquiste o direito de vida plena. 



Eliane Pereira Lima - Especialista em Psicologia Clínica, Organizacional e do Trabalho





Bibliografia:
AMIRALIAN, M.L.T.M., Compreendendo o Cego – uma visão psicanalítica da cegueira por meio de desenhos-estórias, São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.
A Cegueira Congênita e o Desenvolvimento Infantil, Revista Benjamin Constant, nº 4, Set/1996. A construção do cérebro, Revista Veja, Editora Abril, Edição 1436, ano 29, nº 12, 1996.
CARROL, T.J., Cegueira: o que ela é, o que ela faz e como viver com ela, São Paulo, 1968.
BRUN, D., A criança dada por morta: riscos psíquicos da cura, São Paulo: Casa do Psicólogo, 1996.
ELIACHEFF, Caroline, Corpos que gritam: a psicanálise com bebês, São Paulo: Ed. Ática, 1995.
MILLER, L., Compreendendo seu bebê, Riode Janeiro: Imago Ed., 1992.
SINASON, V., Compreendendo filho deficiente, Rio de Janeiro: Imago Ed., 1993.
WINNICOTT, D.W., A Família e o desenvolvimento individual, São Paulo: Martins Fontes, 1997.
WINNICOTT, D.W., Da pediatria à Psicanálise: obras escolhidas, Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000.
WINNICOTT, D.W., Os bebês e suas mães, São Paulo: Martins Fontes, 1999.


Fonte: CPC- Centro de Prevenção à Cegueira de Americana



* O TEXTO ENCONTRA-SE EM SEU FORMATO ORIGINAL. ERROS GRAMATICAIS E DISTORÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR.

III CONGRESSO NACIONAL DE PESQUISAS EM TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE LIBRAS E LÍNGUA PORTUGUESA


O III Congresso Nacional de Pesquisas em Tradução e Interpretação de Libras e Língua Portuguesa estará reunindo pesquisadores convidados de outros países e pesquisadores brasileiros para discutir sobre as pesquisas que envolvem a tradução e interpretação de língua de sinais de e para língua portuguesa. 

O tema central deste Congresso foca nas questões relativas à ética. A ética perpassa as atividades de tradução e interpretação, pois o texto que resulta destas práticas pode ter desdobramentos de ordem científica, política e social. As questões relativas às normas Surdas de tradução que estão ou não presentes nos textos traduzidos refletem aspectos éticos da relação com os envolvidos nas atividades de tradução de e para a língua de sinais. As relações entre os tradutores e intérpretes com os envolvidos no ato comunicativo nas língua de sinais e português são determinadas por questões éticas. Assim, este evento dedicar-se-á a discutir aspectos éticos mais amplos e mais específicos da tradução e interpretação de e para Libras e o português. 

O congresso também objetiva afirmar as pesquisas em tradução e interpretação da Libras no campo dos Estudos de Tradução e Interpretação.

Este congresso tem como público alvo intérpretes e tradutores de língua de sinais, surdos e demais profissionais interessados no tema. 

Local do evento:
Hotel Maria do Mar - Rodovia João Paulo, 2285, Bairro João Paulo - Florianópolis/SC



Período
13 e 14 de agosto de 2012 – Mini-cursos - serão ministrados na Universidade Federal de Santa Catarina
15 a 17 de agosto de 2012 – III Congresso Nacional de Tradução e Interpretação de Libras e Língua Portuguesa

Objetivos

- Difundir as investigações realizadas pelos pesquisadores da área de interpretação/tradução de língua de sinais, proporcionando um espaço amplo de discussões a respeito do tema e seu intercâmbio com diferentes campos de conhecimento (linguística, literatura, tradução e educação).

- Reunir intérpretes e tradutores de língua de sinais do Brasil, bem como, envolver acadêmicos da graduação interessados em consolidar um espaço fértil que possibilite a reflexão sobre a presença deste profissional no meio acadêmico na Universidade Federal de Santa Catarina e em outras universidades interessadas.

- Afirmar as pesquisas em tradução e interpretação da Libras/Português no campo dos Estudos de Tradução e Interpretação.

- Abordar as pesquisas que abordam a questão ética nas atividades de tradução e interpretação de e para a língua de sinais.




FONTE: http://www.congressotils.cce.ufsc.br



* O TEXTO ENCONTRA-SE EM SEU FORMATO ORIGINAL. ERROS GRAMATICAIS E DISTORÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR.




sábado, 10 de dezembro de 2011

CÂMARA APROVA APOSENTADORIA ESPECIAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Prazo de contribuição e idade para aposentadoria serão menores.
Proposta segue para análise do Senado Federal.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (14) um projeto que cria uma aposentadoria especial para pessoas com deficiência. A proposta reduz o prazo de contribuição e a idade mínima para que essas pessoas possam se aposentar. O projeto segue para análise do Senado Federal.

Atualmente, todos os homens precisam contribuir à Previdência por 35 anos e as mulheres por 30 anos. O projeto reduz em até dez anos o prazo de contribuição de acordo com o grau de deficiência. Quem tem deficiência considerada leve terá uma redução de cinco anos neste prazo, quem apresenta deficiência moderada contribuirá oito anos a menos que o cidadão comum e quem tem deficiência grave terá prazo dez anos menor para a aposentadoria com base no tempo de contribuição.

No caso da aposentadoria por idade, cai de 65 para 60 entre os homens e de 60 para 55 entre as mulheres a idade para a aposentadoria desde que seja cumprido um tempo mínimo de 15 anos de contribuição. Será necessário também comprovar que a deficiência existe há 15 anos para se conseguir a aposentadoria especial por idade.

São beneficiadas pelo texto pessoas que tenham deficiência que apresente restrição física, mental, auditiva, intelectual, sensorial, visual ou múltipla e que restrinja a capacidade funcional. Um regulamento seria feito posteriormente pelo Executivo para definir qual grau de limitação levará à qualificação da deficiência como leve, moderada ou grave.

De acordo com o texto, o grau de deficiência será atestado por perícia do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que deverá ser refeita a cada 15 anos. A pessoa com deficiência tem o direito ainda de pedir uma perícia em prazo inferior no caso do agravamento da deficiência.

O projeto estabelece ainda que no caso de o segurado da Previdência adquirir a deficiência após já estar contribuindo, o benefício de redução de prazo será proporcional aos anos trabalhos com e sem a deficiência.



FONTE: G1


* O TEXTO ENCONTRA-SE EM SEU FORMATO ORIGINAL. ERROS GRAMATICAIS E DISTORÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

DEMOCRACIA, ESCOLAS BILÍNGUES E DIREITOS DOS SURDOS



 "As pessoas com deficiência continuaram consideradas juridicamente incapazes"


A Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD) culminou política e juridicamente um processo de luta pela igualdade jurídica desse seguimento da população mundial. Desde o final do século XVIII, com a revolução burguesa na França, se estabeleceu o princípio da igualdade e da liberdade na forma da Lei para todos os homens, princípio este que pouco a pouco se impôs em todas as Constituições nacionais. Contudo, as pessoas com deficiência continuaram (PcD) consideradas juridicamente incapazes, objetos de tutela da família, das instituições, da medicina.

Como protagonistas de um movimento social internacional, as PcD se impuseram como sujeitos políticos; a consequência de sua luta foi a conquista do seu lugar de sujeito de direito. Com base na Convenção, não é mais legítimo ignorar sua participação na vida nacional e sua aquiescência na definição de políticas públicas que lhes dizem respeito. 

Sobre isto, a CDPD é inequívoca: “Na elaboração e implementação de legislação e políticas para executar a presente Convenção e em outros processos de tomada de decisão relativos às pessoas com deficiência, os Estados Partes deverão estreitamente consultar e ativamente envolver pessoas com deficiência, inclusive crianças com deficiência, por intermédio de suas organizações representativas” (Art. 4, inciso 3).

Apesar disso, desde 2008, o Ministério da Educação (MEC) vem impondo, contra a expressa opinião das comunidades surdas, uma política de fechamento de classes e escolas baseadas na Língua Brasileira de Sinais (Libras), com a exclusão de milhares de surdos do sistema educacional. Graves direitos linguísticos, culturais e educacionais foram, durante esses anos, desrespeitados. Essa política representa a permanência de uma tutela política, que a Convenção juridicamente abolira.

Contra isso, as comunidades surdas se insurgiram nos últimos três anos, em diversas formas de manifestação. Resultado dessas lutas foi, finalmente, a revogação do decreto 6571/2008 que estabelecia o fechamento das escolas e sua transformação em mero atendimento educacional complementar. 

O decreto 7611 de 17 de novembro de 2011, que o substituiu, restabelece o decreto 5626/2005 como referência legal das formas de inclusão educacional dos surdos: em escolas bilíngues, ou ainda, em classes bilíngues ou classes inclusivas das escolas regulares. Esperamos que os sistemas municipais e estaduais de ensino comecem a reparar os danos causados à infância surda desde 2008.


FONTE: http://www.opovo.com.br


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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

COLETIVO NACIONAL DE TRABALHADORES DA CUT CRITICA RETROCESSO NA INCLUSÃO






O Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Viver sem Limite, lançado pela presidenta Dilma Rousseff no dia 17 de novembro, prevê investimentos de 7,6 bilhões de reais até 2014. O Plano possui quatro eixos de atuação – acesso à educação, atenção à saúde, inclusão social e acessibilidade, e envolve ações de 15 órgãos federais, estados e municípios.

Representantes do Coletivo Nacional de Trabalhadores/as com Deficiência da Central Única dos Trabalhadores se reuniram na semana passada com o secretário nacional de Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney, para discutir alguns pontos polêmicos do Plano, relativos, especialmente, ao eixo Educação.

“O Viver sem Limite é sem dúvida um grande avanço nas políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência, com investimentos em várias áreas. Porém, no eixo acesso à educação, representa um retrocesso, porque volta a instituir a educação segregadora, só para pessoas com deficiência”, ressalta Isaias Dias, integrante do Coletivo Nacional e representante da CUT no Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência (CONADE). “A educação inclusiva é um direito, conforme consta em nossa Constituição Federal”, afirma.

Isaias, que é cadeirante, se refere ao Decreto 7611/2011 assinado no dia do lançamento do Plano, que revoga o Decreto 6571/2008, e regulamenta as chamadas escolas especiais.

“A defesa da CUT é por uma educação inclusiva”, diz Flávio Henrique Sousa, coordenador nacional do Coletivo de Trabalhadores/as com Deficiência da CUT. “Exigimos que as políticas públicas, que são de direito, sejam para todos, com transversalidade, para que os trabalhadores e trabalhadoras com deficiência sejam definitivamente incluídos no mercado de trabalho, tenham acesso digno à educação, ao transporte, à saúde. Fazemos parte da sociedade como demostram os dados do IBGE e não apenas um número resultante de uma pesquisa. Temos direitos, como todas as pessoas”, reafirma Flávio, que é deficiente visual.

O Viver sem Limite envolve importantes ações estratégicas em educação, trabalho, saúde, assistência social e acessibilidade, como investimento em transporte, centros de treinamento para cães-guias, microcrédito de até R$ 25 mil para aquisição de equipamentos, com juros de 8% ao ano, redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para equipamentos de acessibilidade, e recursos para inovação e pesquisa.

Segundo representante da CUT no CONADE, quando o plano foi apresentado ao Conselho em agosto deste ano, a previsão de investimento era de 11 bilhões e baixou para pouco mais de 7 bi. Além disso, no eixo educação não constava a assinatura do decreto.

O plano avança em várias políticas, mas o retrocesso no eixo educação, que é a base da inclusão das pessoas com deficiência, é inaceitável”, diz Expedito Solaney, secretário nacional de Políticas Sociais da CUT. “Além de ser inconstitucional, já que há uma convenção da ONU, incorporada em forma de emenda em nossa Constituição, que dispõe sobre o direito inalienável de pessoas com deficiência estudarem em ambientes escolares comuns. Vamos pedir para que a redação do decreto seja revista, para que seja assegurado um sistema educacional inclusivo em todos os níveis”, destaca.

Fonte: CUT Nacional


* O TEXTO ENCONTRA-SE EM SEU FORMATO ORIGINAL. ERROS GRAMATICAIS E DISTORÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR.